Oncoped faz aniversário e colaboradores sonham com ampliação da unidade
- Publicado em 17/10/2020
- Hospital Aristides Maltez, Oncopediatria, Pediatria
A oncopediatria do Hospital Aristides Maltez (HAM) completa 12 anos neste sábado (17) e os colaboradores sonham com mais um grande passo da unidade: a UTI pediátrica. Com depoimentos emocionados sobre as vivências com crianças e adolescentes portadores do câncer, funcionários dos mais diversos setores relatam experiências marcantes e como o dia a dia transformou suas vidas pessoais. E para todos o mesmo sentimento: gratidão por todo aprendizado.
Luis Almeida, recepcionista da Oncoped há dois anos, é quase sempre o primeiro contato do paciente ao chegar no HAM, e ele faz questão de que esse processo inicial seja sempre rápido e eficaz. “Para mim é uma missão estar aqui. Missão essa que desempenho com muito humanismo, empatia (até porque sou pai também) e consciência, porque eu sei que trabalho em um hospital e as pessoas quando chegam aqui não estão a passeio. Eu sei que ajudo sempre da melhor maneira, agilizando o máximo que possível em relação ao atendimento. Porque mesmo sabendo que o foco aqui são as crianças e adolescentes, e quase nunca elas sabem da gravidade do diagnóstico, eu me ponho no lugar do pais, eu vejo a preocupação nos olhos deles. Nessas horas, recorro aos profissionais que podem me ajudar e de repente fazer a diferença também. Como os psicólogos, assistentes sociais, maqueiros… Às vezes até eu mesmo converso para tentar confortar, passar esperança pra esses pais e amenizar a dor e ansiedade”, declara.
Desde a inauguração da Oncoped, Dra. Rosana Ribeiro, está no corpo clínico da unidade e ela afirma que trabalhar com crianças, num primeiro momento pareceu ser uma especialidade diferente, hoje são doses diárias de aprendizados técnicos e principalmente para a vida. “Estou aqui com esses meninos desde 2008 e acredito que sou referência para eles no sentido do vínculo de confiança que deve ser estabelecido desde a primeira consulta. O diagnóstico de câncer em pediatria tem um impacto muito forte na família toda. E esse vínculo de confiança é um fator importante para o resultado do tratamento. Desde que comecei a trabalhar com oncologia pediátrica, senti que podia fazer algo mais além de curar (na minha inocente percepção). Na verdade, pude entender que na medicina, nem sempre o curar é o mais importante. Antes de tudo, temos que cuidar. E não só dos pacientes, mas de roda a família. Temos que tratar mas também temos que acolher, ouvir, chorar… Eu aprendo diariamente não só no que diz respeito à questões técnicas, mas principalmente me ensina a ser uma pessoa melhor, a compreender o sofrimento, a ser empática, a ser forte, a ser grata!”
Assim como Dra. Rosana, a auxiliar de secretaria, Nivia Santana, também está na oncopediatria desde a inauguração e diz que mesmo sendo tudo muito novo no início, aprender a lidar com as situações diversas a fez mais forte e resiliente. “É complicado você ter que conviver com sofrimento das crianças. Mas aí eu aprendi a canalizar esse sentimento para orações por todos nós. Trabalhar com criança é a melhor coisa que existe na vida. Ver o sorriso de cada uma delas é engrandecedor”, comenta.
Quem passa pela oncoped do Maltez e não sorri com as fantasias e o jeito divertido de trabalhar da técnica de enfermagem, Acimeire de Jesus, com certeza não a viu direito. Ela encanta por amor e se orgulha muito disso. “Estou há seis maravilhosos anos aqui e eu amo muito trabalhar com criança, porque eu realmente me sinto como se fosse uma delas. Aqui, eu não olho pra enfermidade. Eu olho pra criança. E eu sinto que tenho obrigação de fazer o meu melhor todos os dias. Por isso eu já chego brincando, pra deixar aquele momento o mais leve possível. E honestamente? Eu sei que faço a diferença no dia a dia delas”.
Quando o assunto é futuro, Rose Portugal, coordenadora administrativa, e Naara Esmeraldo, coordenadora de enfermagem, não hesitam em falar da UTI Pediátrica, planos que breve sairão do papel e virarão realidade para muitas crianças. “Eu cheguei aqui e literalmente vi esse prédio ser construído. Ajudei a montar equipe, vivi momentos difíceis, bem como muitos e muitos felizes. Hoje ver e viver a oncopediatria estabelecida e referência, é um orgulho imenso. Assim como sei que quando tivermos nossa UTI, seremos ainda melhores”, relata Rose. Naara endossa a colega e diz que a unidade tem muita criança pra atender e muito sorriso pra trocar. “Trabalhar com criança é gratificante e engrandecedor. Eles nos surpreendem a todo momento. Mesmo vivendo um tratamento tão sofrido eles trazem alegria a todo momento quando estão aqui. Aí, cabe a nós levar esperança e cada vez mais um atendimento de qualidade e referência. E sobre isso eu não tenho dúvidas de que somos um dos melhores”, ressalta.
Para Luciana Cedraz, professora da Escola Municipal Hospitalar e Domiciliar Irmã Dulce, a escolarização das crianças e adolescentes em tratamento é muito mais do que mantê-las com a grade curricular em dia, mas principalmente oferecer bem-estar a eles. “Ao longo dos anos de experiência como professora no hospital eu percebi como esse processo impacta positivamente na vida dos alunos. Para além dos conteúdos acadêmicos, tirando o foco da doença ou do tratamento médico. Esse acompanhamento escolar desperta desejos e semeia sonhos através da leitura e das brincadeiras”, conclui reiterando junto aos colegas, o quão gratificante é trabalhar com crianças.
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