HAM realiza cirurgia de HIPEC: tratamento inovador e eficaz para pacientes com tumores raros
- Publicado em 18/10/2023
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Em maio de 2022, um marco histórico na saúde pública brasileira foi alcançado com a incorporação da cirurgia de HIPEC (Perfusão Intraperitoneal de Quimioterapia Hipertérmica) aos procedimentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) pela Portaria nº 1048. Essa decisão trouxe alívio e esperança, pois, a partir de então, pacientes com tumores raros passariam a ter a possibilidade de receber um tratamento inovador e eficaz. No entanto, apesar dessa conquista significativa, ainda há muito a ser feito para expandir o acesso a essa técnica revolucionária.
No Brasil, inicialmente, apenas 11 unidades hospitalares foram habilitadas para realizar a cirurgia de HIPEC, tornando-a um recurso limitado em termos de disponibilidade. Entre elas, o Hospital Aristides Maltez (HAM), que já realizou com sucesso 6 procedimentos de HIPEC desde a sua habilitação. Dr. Alexandre Albuquerque, coordenador da Comissão de Residência Médica e do departamento de Cirurgia Geral, fala sobre o sentimento de integrar o time: “Sinto orgulho de participar da equipe de um dos poucos hospitais inicialmente indicados para a realização deste procedimento no âmbito do SUS”.
O médico explana: “A cirurgia de HIPEC é indicada para pacientes com a disseminação no peritônio de dois tipos de tumores raros: o mesotelioma e os tumores mucinosos do apêndice, conhecidos como ‘pseudomixoma peritoneal’. O procedimento consiste na ressecção de todos os implantes do tumor no peritônio e, em alguns casos, em órgãos intra-abdominais. Em seguida, é realizada a perfusão de quimioterapia em alta temperatura diretamente no abdômen. Esse tratamento multifacetado combina a remoção cirúrgica dos tumores com a administração localizada de quimioterapia, aumentando substancialmente as chances de cura para os pacientes.”.
O sucesso da cirurgia de HIPEC não se limita apenas ao procedimento cirúrgico em si. É um tratamento multiprofissional que envolve uma equipe diversificada de especialistas médicos, incluindo as áreas de Oncologia Clínica, Psicologia, Nutrição, Fisioterapia, Anestesia, Enfermagem e intensivistas. Além disso, a realização da técnica requer cirurgiões oncológicos altamente treinados, cuja capacitação se estende ao longo de três anos de residência. Essa formação especializada é essencial para garantir que o procedimento seja feito com precisão e segurança, maximizando as chances de sucesso para os pacientes. Essa abordagem holística garante que o paciente receba cuidados abrangentes, desde o diagnóstico até a recuperação pós-operatória.
A inclusão da cirurgia de HIPEC no SUS representa um passo crucial em direção à democratização do acesso a tratamentos de ponta para tumores raros. No entanto, é importante reconhecer que ainda há desafios a serem superados.
Para atender às necessidades crescentes da população e garantir que todos os elegíveis pacientes tenham a oportunidade de se beneficiar da cirurgia de HIPEC, é fundamental expandir a capacidade de realização desse procedimento em hospitais em todo o país. Isso requer investimentos em treinamento de profissionais de saúde, infraestrutura hospitalar e pesquisa contínua para aprimorar a eficácia dessa técnica inovadora. No mês de abril, o cirurgião oncológico Dr. Matheus Villa ministrou uma palestra no Centro de Estudos do Hospital Aristides Maltez (CEHAM), discorrendo sobre pontos importantes, tais como: seleção de casos, agressividade tumoral, possíveis complicações, pré-operatório, intraoperatório e pós-operatório. O médico explica: “Os principais objetivos do tratamento são eliminar todo o tumor macroscópico mediante citorredução, realizar a peritoniectomia nos casos de carcinomatose e eliminar os resíduos microscópicos mediante HIPEC.”. Dr. Matheus pontua também sobre a relevância da disseminação da informação: “A qualificação das equipes é imprescindível. Quanto mais informações e troca de experiências tivermos, maior será o nosso conhecimento e isso, sem dúvida, alcançará o sucesso dos procedimentos, trazendo benefícios aos pacientes!”.
Na Bahia, seguindo um protocolo rigoroso, o HAM planeja realizar um procedimento por mês e as cirurgias de HIPEC já estão programadas até dezembro deste ano.
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