Câncer de tireoide: o que você precisa saber!
- Publicado em 25/05/2022
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Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) – Ministério da Saúde, o câncer de tireoide é a neoplasia maligna mais comum do sistema endócrino e sua incidência tem aumentado a partir da década de 1990, o que é atribuído ao sobrediagnóstico, particularmente após a introdução de novas técnicas de diagnóstico (ultrassonografia). Pela mais recente estimativa brasileira (2020), é o quinto tumor mais frequente em mulheres no país.
O número de casos novos de câncer de tireoide estimados para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 1.830 casos novos em homens e de 11.950 em mulheres. Um marco na história da doença: o aumento dos casos de câncer na população entre 20 e 49 anos, de 1997 a 2016, que chama a atenção de especialistas. Nesse período, a incidência por ano do câncer da glândula tireoide registrou uma elevação de 10%.
Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida, mas menos de 5% deles são malignos
A tireoide é uma glândula que produz dois hormônios que contêm iodo – a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3) – e que controlam nosso metabolismo, influenciam no nosso desenvolvimento e na atividade do sistema nervoso. Ela regula ainda a função de órgãos importantes como coração, cérebro, fígado e rins e também as relacionadas ao intestino e ao aparelho genital.
Os tipos histológicos mais comuns para o câncer de tireoide são os carcinomas diferenciados. Entre eles, estão o papilífero, o folicular e o de células de Hürthle. Além desses, existem os carcinomas pouco diferenciados e os indiferenciados.
Dentre os fatores de risco para o câncer de tireoide, vale ressaltar: história de irradiação do pescoço, radioterapia em baixas doses (principalmente na infância), história familiar de câncer de tireoide e dieta pobre em iodo, que são principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Outros fatores de risco de desenvolver a doença são: obesidade, tabagismo, exposições hormonais e poluentes ambientais.
Não existe a recomendação para ultrassonografia de rotina para o rastreio da doença em todas as pessoas.
Quando identificado um nódulo na tireoide, nem sempre é necessária a realização de punção ou biópsia. A indicação depende das características clínicas e da ultrassonografia.
O diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser buscado, principalmente, com a investigação de algum nódulo inexplicado na tireoide. A conduta diante dos nódulos tireoideanos está bem estabelecida e vai levar em consideração a idade, o sexo, a apresentação do nódulo e sua evolução, a realização da ultrassonografia e do exame de sangue
O tratamento do câncer da tireoide é cirúrgico. A tireoidectomia (retirada da tireoide) total ou parcial (em casos indicados) é o tratamento de escolha. O tratamento complementar é feito com iodoterapia nos casos de tumores bem diferenciados.
Dr. Lucas Silva
Coordenador do setor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço
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