CEHAM discute o Programa de Apoio aos Pacientes Ostomizados (PAPO)
- Publicado em 29/06/2022
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O Programa de Apoio aos Pacientes Ostomizados (PAPO) foi tema do Centro de Estudos do Hospital Aristides Maltez (CEHAM) na manhã desta quarta-feira (29). A pessoa ostomizada é aquela que precisou passar por uma intervenção cirúrgica para fazer no corpo uma abertura para a saída de fezes ou urina, assim como auxiliar na respiração ou na alimentação. A abertura feita na parede abdominal é chamada de ostoma e ocorre em casos de pacientes que sofreram algum tipo de perfuração no abdômen ou em casos de câncer no reto, intestino grosso, bexiga e colo de útero. A ostomia pode ser temporária, sendo o paciente reoperado no futuro para reconstrução do trânsito, ou definitiva.
A enfermeira Adriana Oliveira falou didaticamente e com entusiasmo durante a palestra sobre o trabalho desenvolvido pela equipe multidisciplinar formada por enfermeiras, nutricionista, psicóloga, assistente social, médicos e voluntária. O programa existe desde 1991 no HAM e tem como objetivo maior a reabilitação do paciente ostomizado, incluindo diversas ações, tais como:
– Prestar assistência ao paciente no pré, trans e pós-operatório, acolhendo informando/orientando e auxiliando no processo de elaboração, aceitação e reabilitação;
– Facilitar a adaptação do paciente no aspecto físico, emocional e social;
– Informar e orientar o paciente e a sua família acerca do diagnóstico e procedimentos a serem realizados;
-Estimular a adoção de comportamento ativo frente à doença, o tratamento e suas consequências, a fim de que o paciente participe de todas as decisões relativas ao seu problema;
– Fornecer bolsas de ostomia e orientar quanto aos polos de dispensação existentes em Salvador e em outros municípios;
– Acompanhar o paciente durante internamento e demais tratamentos;
– Obter informações que possam servir de fundamento para detectar problemas de ordem socioeconômica da família e do paciente e condições de moradia;
– Fornecer informações ao paciente acerca dos serviços disponíveis e das atividades desenvolvidas no PAPO e no HAM;
– Orientar a família sobre a importância de um acompanhamento ao paciente;
– Acompanhar os pacientes observando sua evolução social, seu engajamento com o grupo, trabalho e amigos;
– Incentivar e orientar o paciente a fazer uso de uma alimentação equilibrada, de acordo com a suas necessidades nutricionais.
– Envolver paciente e o seu familiar nas decisões sobre seu tratamento.
– Identificar estratégias utilizadas para enfrentamento do processo de aceitação;
– Identificar o significado da pessoa doente e sua doença na dinâmica familiar;
– Encaminhar para o grupo de autoajuda;
– Avaliar, depois da cirurgia, questões relacionadas ao enfrentamento e acompanhamento da doença, retorno ao trabalho e sexualidade.
Adriana relatou: “No geral, verificamos que os pacientes que foram atendidos no PAPO antes da cirurgia retornaram às atividades sociais e profissionais mais rápido e, consequentemente, apresentaram melhor qualidade de vida”. E reforçou: “A gente precisa olhar para esses pacientes de forma inclusiva. Essas pessoas mais vulneráveis estão perdendo fala, estão perdendo voz por causa do preconceito. Nós fazemos de tudo para acolher o paciente e fazer com que ele se sinta vivo e continue a sua vida. E muitos têm conseguido!”.
Lúcia Queiroz, colaboradora do setor de Anatomia Patológica, prestou um depoimento pessoal: “Meu marido tem ostomia e ele segue com qualidade de vida. É um tema muito importante e acredito que deva ser levado para muitos outros lugares porque há pessoas sem acesso à informação. Achei a palestra muito bonita e necessária!”.
O atendimento aos pacientes ostomizados acontece no ambulatório do HAM às terças e sextas, das 07h às 13h.
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