Gerente de Enfermagem do ambulatório conta sobre seus quase 25 anos de HAM
- Publicado em 20/03/2023
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“Aprendi, no HAM, que o respeito é a base de tudo”, é isso que a gerente de Enfermagem do ambulatório do Hospital Aristides Maltez (HAM), a enfermeira Zélia Boa Sorte, fala diversas vezes durante sua entrevista. Emocionada, Zélia conta um pouco sobre os seus quase 25 anos de instituição e como se sente privilegiada, diariamente, de poder trabalhar em um hospital onde a equipe preza sempre pelo bem maior: a saúde e o tratamento do paciente.
HAM: Como você resumiria a sua trajetória no HAM?
Zélia Boa Sorte: “Em junho desse ano, eu completo 25 anos de Maltez. Quando eu entrei aqui, em 1998, eu fui para a assistência na Unidade de Internação e fiquei um ano. Ao retornar des férias, Stela Dantas, responsável pelo setor de Enfermagem na época, me pediu que eu viesse para o ambulatório para, inicialmente, tirar a licença maternidade de uma colega. Mas aí eu fui ficando, ficando… me apaixonando pela área… até que eu assumi o ambulatório em 1999.”
HAM: E o dia a dia de Zélia no hospital, como é?
Zélia Boa Sorte: “A minha equipe aqui sempre foi muito grande. Em 1999, eu assumi a coordenação do Raio X, do Pronto Atendimento, do ultrassom e da endoscopia, com a qual estou até hoje. E, com o passar dos anos, as coordenações foram desmembrando e eu fui encontrando substitutos para mim que fizessem o trabalho com a maestria que sempre fizemos. Dessa forma, foi diminuindo um pouco a quantidade de pessoal para eu gerenciar e ainda assim somos 55 pessoas entre auxiliares administrativos, auxiliares e técnicos de Enfermagem, enfermeiros e maqueiros. Então, eu procuro com a minha equipe fazer um trabalho de parceria porque a gente se retroalimenta. Para podermos cuidar dos nossos pacientes, nós precisamos estar bem não só fisicamente. As nossas relações precisam estar sadias. E o respeito é a base de tudo. Esses longos anos de HAM me ensinaram a entender que meu trabalho aqui é administrativo, assistencial e pessoal, pois é imprescindível saber lidar com o outro. Seja ele da equipe ou paciente/acompanhante”.
HAM: Quais as maiores vitórias durante todo esse período?
Zélia Boa Sorte: “A gente enquanto instituição cresceu muito. Hoje nós temos uma unidade ambulatorial muito linda, que faz jus a receber todos os pacientes que precisam e chegam até nós. Eu acredito que pela própria cultura, há uma estigmatização do serviço do Sistema Único de Saúde (SUS) e quando a gente faz todas essas benfeitorias que ao longo dos anos podem ser vistas, quebra esse estigma. Eu ouço sempre: ‘Isso tudo é pra gente?’ e aí eu digo ‘Sim! Vocês não são diferentes. Todos nós precisamos de cuidados e o mínimo de conforto, não é?’. Então, eu vejo que a gente cresceu muito em termos de estrutura, equipamentos, qualidade de atendimento, quantidade de profissionais e qualificação. Temos profissionais maravilhosos aqui dentro e muita gente aqui valoriza o estudo em prol dos pacientes e o crescimento.”
HAM: Quais as maiores dificuldades que você viveu aqui dentro do HAM?
Zélia Boa Sorte: “Todos os dias você ter que vir pra cá sem saber o que te encontra. São 25 anos trabalhando com doença oncológica e, ainda assim, eu consigo me surpreender com determinados tipos de tumores. É algo que eu achava que um dia ia aceitar com mais facilidade, mas me surpreendo com uma frequência maior do que gostaria. Então, quando eu saio de casa, peço ao sol que ilumine meu caminho e me dê clareza para que eu conduza tudo sempre com muita empatia e respeito. Eu entendo isso tudo aqui como uma missão tão boa, onde eu aprendo diariamente a ser melhor. Eu vejo a perseverança dos pacientes e me sinto na obrigação de ser melhor a cada novo dia! Uma coisa que me chama muita atenção é como as pessoas chegam aqui na certeza da cura. E isso se deve ao trabalho que todos aqui entregamos. Se existe uma imagem positiva lá fora é porque aqui dentro as equipes se unem em prol de algo muito maior que é a saúde e a vida dessas pessoas que vêm em busca de tratamento. A generosidade, quando habita seu coração, é mágica. O nosso trabalho aqui é muito de escuta também. Quantas vezes um paciente entra angustiado e quando começamos a conversar ele chora e sai melhor? Foram inúmeros casos desses. É por isso que eu repito que a gente precisa trabalhar com empatia. A gente tem que se colocar no lugar do outro e entender (e agradecer) que nós somos privilegiados por estarmos com saúde e com trabalho.
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