Julho Verde alerta para a importância da prevenção do câncer de cabeça e pescoço
- Publicado em 01/07/2022
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A Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG Brasil) realiza mais uma vez este ano a 6ª campanha nacional de conscientização para prevenção sobre os tumores de cabeça e pescoço, que atingem: pele, boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago cervical, tireoide, glândulas salivares e seios paranasais. O tema deste ano é “Autocuidado é SobreViver”.
Uma série de atividades acontecerão visando alertar a população para a prevenção. A programação será aberta no próximo dia 01 de julho com uma live no canal do Youtube da ACBG com o tema: “Você sabe o que é câncer de cabeça e pescoço?”
No dia 7, haverá um mini-simpósio e a apresentação do coral de pacientes laringectomizados do Hospital Aristides Maltez (HAM), o Laringectom sob regência da maestrina Yuli Martinez do Neojiba na Universidade do Estado da Bahia (UNEB). No dia 14, acontecerá um simpósio no auditório do HAM; dia 20, um programa de educação continuada sobre reabilitação vocal dos pacientes laringectomizados totais em conjunto com a Atos Medical também no HAM; bem como a reunião mensal dos pacientes laringectomizados com apresentação do coral no dia 21 e no final do mês vai acontecer um mutirão de atendimento para a população no HAM.
O médico Lucas Gomes Silva, representante da ACBG na Bahia e cirurgião de Cabeça e Pescoço do HAM destaca que “a Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço intitulada #JulhoVerde tem como objetivo ampliar o número de diagnósticos precoces por meio da conscientização sobre os fatores de riscos evitáveis e os sintomas reduzindo, assim, o crescente número de óbitos e mutilações graves que comprometem funções vitais como a fala, a respiração, entre outros”.
Este ano não será diferente, ainda mais com a pandemia da COVID-19 que torna os pacientes traqueostomizados grupos de risco da doença por precisarem de proteção ao estoma – uma abertura que possui acesso ao ambiente externo, facilitando assim infecções recorrentes e, consequentemente, a contaminação pelo Coronavírus.
Segundo Dr. Lucas Silva, esses tipos de cânceres têm como principais fatores de risco o tabagismo, o consumo de álcool, as infecções por HPV e o excesso de exposição solar. São cerca de 10 mil mortes por ano no país, só para os cânceres de laringe e cavidade oral. Os sobreviventes enfrentam perdas significativas na qualidade de vida durante e após o tratamento.
O Brasil registra a cada ano cerca de 40 mil novos casos desses tumores malignos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Atualmente, o câncer de cabeça e pescoço é o terceiro em incidência em homens, correspondendo a 7,9% dos novos casos estimados pelo INCA – Ministério da Saúde.
No Brasil, o câncer de boca chega a ser o 3º tipo de tumor mais frequente em algumas regiões, ocorrendo sete vezes mais em homens do que em mulheres.
O tabagismo está relacionado a 97% dos diagnósticos de câncer de laringe. O álcool associado ao fumo aumenta o risco em 10 vezes para câncer nessa região. A infecção pelo HPV (papilomavírus humano) tem contribuído com o aumento na incidência da doença em jovens nos últimos anos em virtude da falta de uso de preservativos na prática do sexo oral. Esta é uma tendência mundial, que também já é identificada no Brasil.
O melanoma cutâneo é um dos que mais mata no Brasil e um dos fatores é a intensa exposição solar.
“A Campanha Julho Verde é a oportunidade de trazer ao conhecimento da sociedade brasileira a realidade da prevalência do câncer de cabeça e pescoço e alertar as autoridades sanitárias para a necessidade de identificação de casos iniciais que repercutirão nos resultados de tratamento”, explica Dr. Lucas.
Segundo o especialista, os tumores de cabeça e pescoço podem ser pouco sintomáticos no princípio da doença. O diagnóstico das lesões iniciais é fundamental para garantir que os índices de cura se aproximem de 100%. Com a progressão da doença, alguns sinais e sintomas podem aparecer, como manchas brancas na boca, dor local, lesões com sangramento ou cicatrização demorada, nódulos no pescoço, mudança na voz e rouquidão, e dificuldade para engolir.
“Por estas razões, nosso objetivo é alertar sobre os fatores de risco, muito presentes entre a população brasileira, e falar da importância do diagnóstico precoce. Em cerca de 60% dos casos, a doença é diagnosticada tardiamente”, destaca o especialista, que ressalta que as chances de cura são maiores se a doença for detectada no início. Com o autoexame, por exemplo, é possível identificar se existem feridas na boca que não cicatrizam há mais de duas semanas ou inchaços no pescoço.
Além das terapias tradicionais, nos últimos anos algumas drogas promissoras têm conseguido melhorar o prognóstico dos pacientes com uma ação mais eficiente e menos agressiva ao organismo, como as imunoterapias e terapias-alvo. A conscientização sobre essas doenças também reforça o trabalho de entidades como a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) e a ACBG pelo maior acesso a tratamentos inovadores e suporte ao paciente pós-terapias.
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